Regulamentação Bancária nos Estados após a crise econômica de 2007/2008: imunidade econômica ou falsas esperanças
Resumo
Pela perspectiva pós Pós-Keynesiana, argumenta-se que os bancos comerciais, pelas reformas financeiras de 1980 e 1999, que flexibilizaram as possibilidades de atuação das instituições financeiras, aumentaram a capacidade de operar no mercado de capitais ao se tornarem Banking Financial Holding Companies. Entende-se a crise de 2007/2008 como consequência do processo de desregulamentação financeira e também das inovações financeiras que fragilizaram a capacidade do Federal Reserve de conter a atividade bancária. Inicia-se discutindo o novo contexto institucional que emergiu dessas mudanças no marco regulatório financeiro entre 1980 e 1999. Em seguida, foca-se em como a desregulamentação permitiu o avanço do negócio bancário nos mercados financeiros, sua contribuição para a crise econômica em 2007 e a passagem de uma crise de liquidez para uma crise de solvência, salvaguardada pelos Estados Nacionais. Por fim, analisa-se a Lei Dodd-Frank (2010), interpretada como a reafirmação desse processo endógeno de dominação financeira.
Downloads
Referências
Acharya, V.; Engle, R.; Pierret, D. (2014 ), “Testing macroprudential stress tests: The risk of regulatory risk weights”. Journal of Monetary Economics, 65, p. 36-53. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jmoneco.2014.04.014.
Aglietta, M. La crise. Paris: Éditions Michalon, 2008.
Allen, K. D.; Cyree, K. B.; Whitledge, M. D.; Winters, D. B. (2018), “An event study analysis of too-big-to-fail after the Dodd-Frank act: Who is too big to fail?” Journal of Economics and Business, 98, p.19-31. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2018.03.003.
Bagehot, W. (1873), “Lombard Street: A Description of the Money Market.” New York: Scribner; Armstong & Co.
Barth, J. R.; Brumbaugh, R. D.; Wilcox; J. A. (2000), “The repeal of Glass-Steagall and the advent of broad banking”. Journal of Economic Perspectives. 14(2), p. 191-204,. DOI: 10.1257/jep.14.2.191
Bordo, M. D.; Duca, J. V. (2018 ), “The impact of the dodd-frank act on small business (n. w24501)”. National Bureau of Economic Research,. DOI: 10.3386/w24501
Bouwman, C. H.; Johnson, S. A. (2018), “Differential bank behaviours around theDodd–Frank Act size thresholds”. Journal of Financial Intermediation, 34, p.47-57. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jfi.2018.01.005
Calomiris, C. W. (2006), “Alan Greenspan’s legacy: an early look. The regulatory record of the Greenspan Fed”. The American Economic Review. 96(2), p.170-173, < http://www.jstor.org/stable/30034635>. Access: 28 Nov. 2022
Carvalho, F. C. (2008), Entendendo a Recente Crise Financeira Global. In: Associação Keynesiana Brasileira. Dossiê da Crise, p. 23-29.
Dancer, W. T. (2019 ), “The Demise of Dodd-Frank”. Journal of Accounting and Finance, 19(2).
Dimitrov, V.; Palia, D.; Tang, L. (2015), “Impact of the Dodd-Frank act on credit ratings”. Journal of Financial Economics, 115(3), p.505-520, DOI: https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2014.10.012
Epstein, G., Pollin, R.(2011), Regulating Wall Street: Exploring the Political Economy of the Possible. In: Arestis, P. (eds). Microeconomics, Macroeconomics and Economic Policy. Palgrave Macmillan, London.
Farhi, M.; Prates, D. M.; Freitas, M. C. P.; Cintra; M. A. M. (2008), A Crise e os Desafios para a Nova Arquitetura Financeira Internacional. In: Associação Keynesiana Brasileira. Dossiê da Crise, p. 31-36.
Farhi, M.; Cintra, M. A. M. (2009a), “A crise financeira e o global shadow banking system”. In: BIASOT JR., G.,
NOVAIS, L. F., FREITA, M. C. P. (Orgs.). Panorama das economias internacional e brasileira: dinâmica e impactos da crise global. FUNDAP: Secretaria de Gestão Pública, p. 25-45.
Farhi, M.; Cintra, M. A. M. (2009b), “A arquitetura do sistema financeiro internacional contemporâneo”. Revista de Economia Política, 29(3), p.274-294.
Federal Reserve Bank Of New York. (2020), Federal Funds Data Historical Search. New York: Fed. Available at: <https://apps.newyorkfed.org/markets/autorates/fed% 20funds>. Access: 28th November 2022.
Federal Reserve Statistical Release. Flow of Funds Accounts of the United States. Board of Governors of the Federal Reserve System. Washington D.C.: Fed, 2010, 2011 and 2012. Available at: <https://www.federalreserve.gov/releases/z1/>. Access: 28th November 2022.
Freddo, D. (2015), Estado, Moeda e Regulação: como a concepção sobre a moeda afeta o papel do Estado na regulação econômica: o caso dos Estados Unidos e do Brasil. Tese de Doutorado, UnB.
________. (2013), “Desregulamentação Financeira e a ‘Reafirmação dos Mercados’ com dominância dos bancos nos Estados Unidos”. Oikos (Rio de Janeiro), 12:199-229.
Guttmann, R. (1994), How credit-money shapes the economy: The United States in a global system. London: M. E. Sharp.
Guttmann, R.; Plihon, D. (2008), “Consumer debt at the center of finance-led capitalism”. Economia e Sociedade. Campinas, SP, 17, n. especial, p. 575-611.
Klebaner, B. J. (1958), “The Bank Holding Company Act of 1956”. Southern Economic Journal. Southern Economic Association Stable. 24(3), p.313-326.
Kregel, J. A. (1997), Margins of safety and weight of the argument in generating financial fragility. “Journal of Economic Issues”. XXXI(2), p.543-548, <http://www.jstor.org/stable/4227206>. Access: 28th November 2022.
_______. (2012), “Minsky and the narrow banking proposal: No solution for financial reform.” Public Policy Brief, 125, p.1-8.
Kroszner, R. S.; Shiller, R. J. (2011), Reforming US Financial Markets: Reflections Before and Beyond Dodd-Frank. MIT Press.
Kroszner, R. S.; Strahan, P. E. (2011), “Financial regulatory reform: Challenges ahead”. American Economic Review, 101(3), p.242-46,. <http://www.jstor.org/stable/29783747>. Access: 28th November 2022.
Krugman, P. R. (2009), The return of depression economics and the crisis of 2008. New York, Norton.
Lapavitsas, C. (2009), El capitalismo financiarizado: expansión y crisis. Madrid: Maia Ediciones.
Mazzucchelli, F. (2008), “A crise em perspectiva: 1929 e 2008”. Novos Estudos Cebrap. p. 57-66.
Mehrling, P. (2011), “The New Lombard Street: How the Fed Became the Dealer of Last Resort”. Princeton: Princeton University Press.
Minsky, H. (1991), “Financial crises: systemic or idiosyncratic”. Working Paper n. 51. New York: The Levy Economics Institute.
_______. (1992), “The financial instability-hypothesis”. Working Paper n. 74. New York: The Levy Economics Institute.
_______. (2008a.), Stabilizing a stable economy. New York: McGraw-Hill Companies.
_______. (2008b), “Securitization”. Policy Note. Annandale-on-Hudson, New York: The Levy Economics Institute.
Paula, L. F. R. (1998 ), “Comportamento dos bancos, posturas financeiras e oferta de crédito: de Keynes a Minsky”. Revista Análise Econômica, Ano 16, n. 29, p.21-38.
Prasch. R. E. (2012), “The Dodd-Frank Act: Financial Reform or Business as Usual?” Journal of Economic Issues, 46(2), p.549-556.
Stanford Law Review. (1957), “The Bank Holding Company Act of 1956”. Stanford Law Review, 9(2), p. 333-350.
Scheiber, N. (2011), “The Escape Artist: How Timothy Geithner Survived”. New Republic, February 10th. Available at: <https://newrepublic.com/article/83176/timothy-geithner-treasury-secretary>. Access: 28th November 2022.
Stockhammer, E. (2010), Financialization and the global economy. Political Economy Research Institute. University of Massachusetts, Amherst. Working Paper Series, number 240.
Tarullo, D. K. (2019), “Financial regulation: Still unsettled a decade after the crisis”. Journal of Economic Perspectives, 33(1), p.61-80. DOI: 10.1257/jep.33.1.61
Thakor, A.V. (2018), “Post-crisis regulatory reform in banking: Address insolvency risk, not illiquidity!” Journal of Financial Stability, 37, p. 107-111. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jfs.2018.03.009
The Levy Economics Institute. (2011), Minsky on the reregulation and restructuring of the financial system: will Dodd-Frank prevent “It” from happening again? Research Project Report.
Whalen, C. J. (2009), A Minsky perspective on the global recession of 2009. Research on Money and Finance. Discussion Paper 12.
Wray, L. R. (2008), “Financial markets meltdown: what can we learn from Minsky?” Public Policy Brief n. 94. Annandale-on-Hudson, N.Y.: The Levy Economics Institute.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
