Crescimento econômico com restrição externa: uma análise da Lei de Thirwall para os períodos FHC e Lula
Resumo
Este artigo buscou avaliar os períodos dos governos FHC e Lula, bem como o período completo de 1995 a 2010, com objetivo de investigar em que medida o Brasil teve seu potencial de crescimento econômico limitado por restrições no balanço de pagamentos e quais diferenças observáveis entre os períodos. Para a análise empírica, adotou-se o procedimento econométrico de cointegração, empregado para estimativas de elasticidades-preço e renda da demanda por importação dos períodos, tendo como resultado um relaxamento na restrição externa no período Lula comparativamente ao governo FHC. Os resultados indicam que embora as restrições externas tenham reduzido durante o governo Lula em relação ao governo FHC, há evidências de que continuaram desempenhando papel relevante sobre a taxa de crescimento de longo prazo do Brasil.
Downloads
Referências
Araujo, R. A., & Lima, G. T. (2007). A structural economic dynamics approach to balance-of-payments-constrained growth. Cambridge Journal of Economics, 31(5), 755–774. https://doi.org/10.1093/cje/bem006
Barbosa-Filho, N. (2001). The balance of payments constraint: from balanced trade to sustainable debt. BNL Quarterly Review, 54(219), 381–400. Disponível em https://ojs.uniroma1.it/index.php/PSLQuarterlyReview/article/view/9952/9833
Basso, M. C. (2014). A Economia Brasileira sob Restrição do Balanço de Pagamentos: Uma Análise Empírica da Lei de Thirlwall no Boom das Commodities. In Anais do XLII Encontro Nacional de Economia (p. 21). Natal: ANPEC – Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia. Disponível em https://www.anpec.org.br/encontro/2014/submissao/files_I/i614a6d1c176165032efe027070e360813.pdf
BCB – Banco Central do Brasil. (2016). Séries Históricas do Balanço de Pagamentos. Brasilia: Banco Central do Brasil. Disponível em http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/Seriehist_bpm6.asp%3E
BCB – Banco Central do Brasil. (2016a). Sistema gerenciador de séries temporais. Brasilia: Banco Central do Brasil. Disponível em https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries%3E
BCB – Banco Central do Brasil. (2017). Sistema gerenciador de séries temporais. Brasilia: Banco Central do Brasil. Disponível em https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries%3E
Bértola, L., Higachi, H., & Porcile, G. (2002). Balance-of-payments-constrained growth in Brazil: A test of Thirlwall’s Law, 1890-1973. Journal of Post Keynesian Economics, 25(1), 123–140. https://doi.org/10.1080/01603477.2002.11051348
Bresser-Pereira, L. C., & Marconi, N. (2009). Doença Holandesa e Desindustrialização. Valor Econômico, p. 4. Disponível em http://www.bresserpereira.org.br/Articles/2009/09.11.25.Doenca_holandesa_e_desindustrializacao.pdf
Carcanholo, M. D. (2010). Inserção externa e vulnerabilidade da economia brasileira no governo Lula. In Os anos Lula: contribuições para um balanço crítico 2003-2010 (pp. 109–131). Rio de Janeiro: Garamond.
Carneiro, R. (2002). Desenvolvimento em crise: a economia brasileira no último quarto do século XX (1a ed.). São Paulo: Editora Unesp/IE Unicamp.
Carvalho, D. F., & Carvalho, A. C. (2011). Desindustrialização e reprimarização da economia brasileira contemporânea num contexto de crise financeira global: conceitos e evidências. Revista Economia Ensaios, 26(1), 35–64. Disponível em http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaeconomiaensaios/article/viewFile/17548/12179
Carvalho, V. R. da S. (2006). A restrição externa e a perda de dinamismo da economia brasileira: investigando as relações entre estrutura produtiva e crescimento econômico. Dissertação (Mestrado em Economia), Universidade de São Paulo, São Paulo. https://doi.org/10.11606/D.12.2006.tde-05102006-104604
Carvalho, V. R. da S., & Lima, G. T. (2007). A restrição externa e a perda de dinamismo da economia brasileira: investigando relações entre estrutura produtiva e crescimento econômico. In Anais do XXXV Encontro Nacional de Economia da ANPEC (p. 20). Recife, PE: ANPEC – Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia. Disponível em http://www.anpec.org.br/encontro2007/artigos/A07A013.pdf
Carvalho, V. R. da S., & Lima, G. T. (2009). Estrutura produtiva, restrição externa e crescimento econômico: a experiência brasileira. Economia e Sociedade, 18(1), 31–60. https://doi.org/10.1590/s0104-06182009000100002
Chenery, H. B., & Bruno, M. (1962). Development Alternatives in an Open Economy: The Case of Israel. The Economic Journal, 72(285), 79. https://doi.org/10.2307/2228618
Cimoli, M., & Porcile, G. (2014). Technology, structural change and BOP-constrained growth: A structuralist toolbox. Cambridge Journal of Economics, 38(1), 215–237. https://doi.org/10.1093/cje/bet020
Cunha, A. M., & Prates, D. M. (2005). A política econômica do Governo Lula e o ajuste nas contas externas. Indicadores Econômicos FEE, 33(1), 5–40. Disponível em https://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/view/1076/1405
Enders, W. (2004). Applied econometric Time Series (2a ed.). Hoboken, NJ: John Wiley.
Ferrari, M. A. R., Freitas, F. N. P., & Filho, N. B. (2013). A taxa de câmbio real e a restrição externa: Uma proposta de releitura com elasticidades endógenas. Revista de Economia Politica, 33(1), 60–81. https://doi.org/10.1590/S0101-31572013000100004
FUNCEXDATA (2017). Estatísticas de Comércio Exterior. Rio de Janeiro: Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior. Disponível em http://www.funcexdata.com.br
Giambiagi, F., & Pinheiro, A. C. (2012). Além da euforia: riscos e lacunas do modelo brasileiro de desenvolvimento (1a ed.). Rio de Janeiro: GEN LTC.
Gouvêa, R. R., & Lima, G. T. (2013). Mudança estrutural e crescimento sob restrição externa na economia brasileira: uma análise empírica do período 1962-2006 com considerações sobre o II PND. Economia e Sociedade, 22(1), 107–139. https://doi.org/10.1590/s0104-06182013000100004
Greene, W. H. (2003). Econometric Analysis (5a ed.). New Jersey: Prentice-Hall.
Holland, M., Vilela Vieira, F., & Canuto, O. (2004). Economic Growth and the Balance-of-Payments Constraint in Latin America. Investigación Económica, 63(247), 45–74.
IPEADATA. (2016). Série de Dados Macroeconômicos. Rio de Janeiro: IPEA. Disponível em http://ipeadata.gov.br/
Jayme Jr., F. G. (2003). Balance-of-Payments-Constrained Economic Growth in Brazil. Revista de Economia Política, 23(189), 62–84. Disponível em http://www.rep.org.br/pdf/89-4.pdf%3Forigin%3Dpublication_detail
Lelis, M. T. C., Silveira, E. M. C., & Cunha, A. M. (2015). Crescimento e Restrição Externa em Tempos de Especialização Regressiva: uma análise para o Brasil no período 1995-2013. In Anais do XLIII Encontro Nacional de Economia ANPEC (p. 20). Florianópolis, SC: ANPEC – Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia. Disponível em http://www.anpec.org.br/encontro/2015/submissao/files_I/i610b2577ffb70be8a48ecc963e4ffc5a5.docx
Lezcano, J. M. (2012). Modelos de crescimento sob restrições externas: uma abordagem à la Thirlwall para o Mercosul. UFSCAR – Campus de Sorocaba. Disponível em https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2146
López G., J., & Cruz B., A. (2000). “Thirlwall’s Law” and Beyond: The Latin American Experience. Journal of Post Keynesian Economics, 22(3), 477–495. https://doi.org/10.1080/01603477.2000.11490253
Mccombie, J. S. L. (1989). ‘Thirlwall’s Law’’ and balance of payments constrained growth – a comment on the debate.’ Applied Economics, 21(5), 611–629. https://doi.org/10.1080/758524894
Mccombie, J. S. L., & Thirlwall, A. P. (1997). Economic growth and the balance of payments constraint revisited. In P. Arestis, G. Palma, & M. Sawyer (Eds.), Markets, unemployment and economic policy: essays in honour of G. Harcourt, v.2 (1st ed., pp. 498–512). Abingdon, Oxon: Routledge. https://doi.org/10.4324/9780203982518
Milani, A. (2011). Questões para se pensar o desenvolvimento no Brasil: especialização regressiva e pauta exportadora no período de 2003-2010. In Anais do I Circuito de Debates acadêmicos Ipea e Associações de Pós-graduação em Ciências Humanas (p. 19). Brasília: IPEA. Disponível em http://www.ipea.gov.br/code2011/chamada2011/pdf/area4/area4-artigo6.pdf
Moreno-Brid, J. C. (1998). On capital flows and the balance-of-payments-constrained growth model. Journal of Post Keynesian Economics, 21(2), 283–298. https://doi.org/10.1080/01603477.1998.11490194
Moreno-Brid, J. C. (2003). Capital Flows, Interest Payments and the Balance-of-Payments Constrained Growth Model: A Theoretical and Empirical Analysis. Metroeconomica, 54(2–3), 346–365. https://doi.org/10.1111/1467-999X.00170
Nakatani, P., & Oliveira, F. A. (2010). Política econômica brasileira de Collor a Lula: 1990-2007. In M. Ferreira & R. Marques (Eds.), O Brasil sob uma nova ordem: a economia brasileira contemporânea: uma análise dos governos Collor a Lula (1a ed., pp. 21–50). São Paulo: Saraiva.
Nassif, A., Feijó, C., & Araújo, E. (2015). Structural change and economic development: Is Brazil catching up or falling behind? Cambridge Journal of Economics, 39(5), 1307–1332. https://doi.org/10.1093/cje/beu052
Prebisch, R. (2000a). O desenvolvimento da economia da América Latina e alguns de seus problemas principais. In R. Bielschowsky (Org.), Cinqüenta anos de pensamento na Cepal (1a ed., pp. 69–136). Rio de Janeiro: Record. Disponível em https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/1607/S33098N962Av2_pt.pdf?sequence=2&isAllowed=y
Prebisch, R. (2000b). Problemas teóricos e práticos do crescimento econômico. In R. Bielschowsky (Org.), Cinqüenta anos de pensamento na Cepal, v.1 (1a ed., pp. 179–215). Rio de Janeiro: Record. Disponível em https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/1607/S33098N962Av2_pt.pdf?sequence=2&isAllowed=y
Ruiz, A. U., Britto, J. N. de P., & Souza, K. S. G. de. (2013). Qualificando o caráter ‘regressivo’ da especialização industrial do Brasil. Revista Econômica, 15(1), 115–139. https://doi.org/10.22409/economica.15i1.p60
Sarti, F., & Hiratuka, C. (2011). Desenvolvimento industrial no Brasil oportunidades e desafios futuros (No. 187). Texto para discussão IE/UNICAMP. Campinas, SP. Disponível em https://tinyurl.com/vu9f6gj
Sicsú, J. (2007). Rumos e definições da política econômica brasileira: do plano A de FHC para o plano A+ de Lula. In J. Sicsú, Emprego, juros e câmbio – Finanças globais e desemprego (p. 376). Rio de Janeiro: Campus.
Silva, J. A. da, & Lourenço, A. L. C. de. (2014). Restrição Externa: A Economia Brasileira na Década Recente e o Modelo de Thirlwall. Revista Economia & Tecnologia, 10(4), 9–35. https://doi.org/10.5380/ret.v10i4.38160
Soares, C., & Teixeira, J. R. (2012). A Lei de Thirlwall Multissetorial: novas evidências para o caso brasileiro. In Anais do XL Encontro Nacional de Economia ANPEC (p. 20). Porto de Galinhas, PE: ANPEC – Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia. Disponível em http://www.anpec.org.br/encontro/2012/inscricao/files_I/i50b65cbe90575a664c7fad6367e00372e.pdf
Tavares, M. C. (1997). A economia política do Real. In A. Netto & A. Mercadante (Eds.), O Brasil pós-Real: a política econômica em debate (pp. 101–129). Campinas, SP: Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas.
Thirlwall, A. P. (1979). The balance of payments constraint as an explanation of international growth rates differences. Banca Nazionale Del Lavoro Quarterly Review, 32(128), 45–53. Disponível em https://ojs.uniroma1.it/index.php/PSLQuarterlyReview/article/view/12804/12609
Thirlwall, A. P. (2011). Balance of payments constrained growth models: history and overview. PSL Quartely Review, 64(259), 307–351. Disponível em https://ojs.uniroma1.it/index.php/PSLQuarterlyReview/article/view/9404/9299
Thirlwall, A. P., & Hussain, M. N. (1982). The balance of payments constraint, capital flows and growth rate differences between developing countries. Oxford Economic Papers, 34(3), 498–510. https://doi.org/10.1093/oxfordjournals.oep.a041565
Zani, S. C. (2008). Filtros ótimos que conservam qualquer ordem de tendência. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.12167
Copyright (c) 2020 Erica Mendonça Marques, Rodrigo Vilela Rodrigues
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
